sexta-feira, 22 de abril de 2011

O Templo do Amor



O templo do amor

Haverá aqueles um dia que dirão o que viram quando passaram pelo templo do amor...

Seja bem vindo ao templo do amor,
Aqui entra somente aqueles que amam de verdade.

A verdade é o guia dos casais,
A sinceridade garante a eternidade da união dos corações.

É verdade que o coração não tem lógica?
Não sei... Na realidade, acho que ninguém sabe.

Aqui no templo do amor,
Todos os que desejam a felicidade ao lado do grande amor, encontrar-na-ão.

No templo do amor,
Cada palavra é uma poesia, e cada beijo é um cálice de orvalho.

Não há significado definido para nada...
O coração é a chave!

Você quer saber onde fica esse templo?

Quando souber me diga o caminho...
Ainda hoje não achei...




Vespasiano Barbosa de Carvalho

Xô! Tártarus


Xô! Tártarus

Acabou seu reino e seu império de sombras,
Eu não preciso mais dançar com os espectros das ilusões,
Caia no abismo de sua insignificância...
Xô! Tártarus, e não volte nunca mais!

Sua coroa de pus foi desfeita, sinta um pouco de dor,
Pague suas dividas com as lágrimas,
Não há feitiço nesse mundo que te poupe da ruína cavada por ti mesmo...
Xô! Tártarus, e que você encontre o fim!

O que aconteceu com você?
Onde está o seu poder?
O que foi, encontrou um inimigo a sua altura?
Xô! Tártarus, e esconda-se da luz, verme maldito!

É o fim definitivo para você agora,
Uma vez no caminho da luz, a mesma alma você não perturbará,
Guarde suas tentações e suas artimanhas...
Xô! Tártarus, eu achei o meu caminho, volte para o lodo!



Vespasiano Barbosa de Carvalho


O Vilarejo Sob a Montanha


O vilarejo sob a montanha

Seus olhos nunca presenciaram, e nem poderiam...

Quando se descobre que tudo que sempre se desejou está ao seu lado,
Quando se dá conta que não há senhores entre os homens,
Quando se percebe que já não há trevas no inferno,
O que se faz para acreditar?

Outrora arpões e flechas jaziam onde hoje só há flores,
Outrora sepulturas e mausoléus cobriam o chão que é hoje de prata,
Outrora reis amaldiçoados e fantasias perversas povoavam onde hoje só há tu,
Será que dá para acreditar?

De Babel hoje exala perfume, lúgubre terror já passou,
Mosca rebelde da teia escapou, aranha assassina com o próprio veneno se ferroou,
De ratos e vermes hoje só contam as lendas,
O que mudou assim tão de repente?

Hoje o que eu quero é comemorar,
O raiar do sol trará segredos, a metafísica do amor,
Cante comigo uma canção, que eu lhe ensinei há tempos atrás,
Não, ainda não esqueci a letra...

Vamos juntos a uma terra de mais ninguém,
Há muito tempo eu estive lá, da cidade de árvores de prata ficarão as lembranças,
Pois hoje, eu vou para um outro destino,
O vilarejo sob a montanha é o nosso lar!

Que me acompanhem todos aqueles que desejam a liberdade,
Serão bem vindos aqueles que amam a lua, pois ela é a minha mãe,
Que a parcimônia fique, e que venha a caridade,
Nova vida, nova era, novo mundo...

Terra fértil, onde moram príncipes e vagabundos,
Lugar para se amar, portanto não venha lutar,
Pegue a minha mão, cante essa canção,
E vamos juntos, mestra do meu coração...

Vespasiano Barbosa de Carvalho


Sete Cavalos Calados


Sete Cavalos Calados...

Há um trovão, há uma tempestade...
Onde estão seus irmãos?
É muito ruim estar só, sangue por sangue!
No seu caminho... Só há dor...
Se você conhece a saída, então vá!
Pois aqui não há nada para você, exceto a morte...

Galope livre no infinito...
O que ficar para trás, retornará muito em breve!
Não derrame mais lágrimas...
Ouça os trotes apressados que te seguem...
Vendeste a tua alma?
Ainda não acredito no que você fez!

O preço que se paga, ás vezes é alto demais...
Terríveis sombras dançam na escuridão...
Todas elas sabem o teu nome!
Faça o que deve ser feito...
Não abra os olhos, feche os teus punhos...
E agora sinta o cheiro da morte!

A chuva deste momento...
Todos os arcanjos do paraíso choram por você!
Pela morte daqueles que nem conhecias...
Olhai agora que a desgraça está feita...
Calado tu estavas, e calado tu vais ficar...
Pois esta é a lenda dos sete cavalos calados!



Vespasiano Barbosa de Carvalho


Sentimentos... Eu Estarei por Lá...


Sentimentos... Eu estarei por lá...

Uma vez você me disse que tentaria pegar as estrelas do céu por mim,
Outra vez eu lhe disse que poderia mudar as coisas mais profundas em seu nome,
Certa vez você me apresentou ao amor, tão logo à dor...
Outra vez eu te mostrei o oceano, poluído, cheio de misérias e fantasmas!

Eu tentaria mudar as coisas por você, mesmo sabendo que você só queria a mim,
Você me daria até mesmo um pedaço do seu coração, como já fez, e eu só quero você!
Chamas na parede de Babel, lágrimas para o destino, mortal e silencioso...
Todos os segredos da vida ou mesmo da morte são insignificantes perto dos seus mistérios.

Alguma coisa nos seus olhos que eu não sei escrever em papéis brilha esta noite,
Nessa noite eu diria a você que eu te amo...
Mas quando foi, onde foi, que o meu amor se transformou em dor?
Sempre em algum lugar eu me sinto... Sofrido e retaliado...

Eu penso nas pequenas coisas, e esqueço de mim mesmo...
Talvez esse amor que os loucos falam não seja feito para mim, talvez a vontade impere!
Um tolo! É isso que eu sou no final de tudo...
Acreditar em uma fantasia de dragões e duendes talvez me trouxesse menos dor!

Procuro um buraco onde possa alimentar a minha vergonha, minhas desgraças...
Você realmente pensou que houvesse um mundo brilhante de magia e encantamento?
Algumas vezes você é obrigado a perder tudo que tem e pensar nas fantasias... Coração!
Mas quando a fantasia se desfaz você percebe que o sangue que te escorre é de dor...

Sim... O amor dos loucos, esse mesmo amor!
Fantasias... Ilusões... Sangue...
Aves agourentas me disseram que a morte é o caminho... Sinto frio agora!
O mundo quebrou ou os heróis estão chorando?

Acorde do sonho de sua vida e observe a sua dura e real incapacidade...
Mosca! Estúpida criaturinha repugnante que se debate na teia esperando pela ferroada!
Chorar não adianta, não enquanto você não observar as pessoas morrendo a sua volta...
O que você faz? Ama? Odeia? Sente? Ignora? Bate? Apanha?

Eu vou lhe dizer o que eu sinto meu amor, depois do fim de todas as coisas, aqui no fundo...
Aqui mesmo, perto de onde sua moral chama de inferno, desça para ouvir!
O que é para sempre? Meu sangue escorrendo e você pisando nas minhas víceras...
Meu amor... Meu grande amor... Meu único amor...

Eu sei que você não desejava o meu mau, você me daria estrelas...
E eu mudaria as coisas, mas... Você não queria mudanças e eu não queria estrelas...
Entretanto mesmo sem querer meu amor você me conduziu diretamente ao inferno,
E aqui estou eu... No fundo das minhas sombras, mergulhado em pesar... Sofrendo!

VESPASIANO BARBOSA DE CARVALHO